A matriz de materialidade é a espinha dorsal dos relatórios de Sustentabilidade. Ela ajuda a identificar os "problemas materiais" de uma organização e determinar o que deve ser trabalhado com prioridade.
Mas o que é a matriz de materialidade?
O processo de identificação da materialidade envolve o contato com as partes interessadas internas e externas para obter suas opiniões.
É ainda muito comum algumas empresas que deixam a matriz de materialidade para ser construída apenas no relatório final, mas, como sempre tenho batido na tecla, o relatório de Sustentabilidade deve ser reflexo daquilo que foi realizado e a matriz de materialidade deve ser tratada com prioridade no início do processo, pois através delas é que os outros itens serão trabalhados, os indicadores serão definidos, etc.
A chave para obter valor real de qualquer avaliação de materialidade é começar com um entendimento claro de quais informações você está procurando. Isso permite que você faça as perguntas certas, escolha as partes interessadas certas, aplique a metodologia apropriada e apresente visualmente as informações de forma eficaz para ajudar a embasar as decisões. Sendo um pouco mais claro, uma avaliação de materialidade pode ser mais útil se projetada para informar tanto o relatório quanto a estratégia.
Relatórios e estratégia não são as mesmas coisas. Há dois objetivos diferentes e, logicamente, métodos diferentes para alcança-los. Quando o foco é o relatório de sustentabilidade, na prática, estamos falando de relatar algo que já passou, mas quando o foco é na estratégia, estamos falando do que a empresa planeja para o seu futuro.
Os temas priorizados e as partes interessadas contatadas podem ser diferentes. Ou seja, é preciso ter claro o que se quer buscar e conhecer pelo menos o básico dos stakeholders para que seja possível uma matriz com reflexo do que realmente há interesse em encontrar. Para tentar esclarecer melhor, imagine que a empresa defina que a matriz de materialidade tenha objetivo de direcionar o relatório de Sustentabilidade, porém, por erro, foca a sua pesquisa em stakeholders que se interessam mais na estratégia futura da empresa. Pode ocorrer uma frustração dos responsáveis pelo processo, esse é, inclusive, um dos maiores relatos de fracassos com relação a definição da matriz.
A matriz de imparcialidade, de forma genérica, é uma ferramenta para entender melhor quais os temas devem ser prioridades no desenvolvimento do seu programa de Sustentabilidade.
O eixo y apresenta o nível de prioridade de um respectivo tema na percepção dos stakeholders, por exemplo comunidade local, sociedade civil, clientes, acionistas, provedores de capital, fornecedores, colaboradores, sindicatos e órgãos do governo, etc. Já o eixo x apresenta as prioridades deste tema para a empresa, ou seja, quais são os interesses da organização.
Com base nos resultados da matriz, é possível estabelecer prioridades, pois é possível saber quais itens trarão maior impactos de forma geral. Normalmente Os temas priorizados são os que tem alta relevância para a empresa e também alta relevância para os stakeholders.
Temas que emergem com alta relevância tanto para stakeholders quanto para a empresa devem ser priorizados na estratégia da empresa. Assuntos que são de alta relevância para stakeholders mas não para a empresa, devem entrar no plano de comunicação e também nos relatórios de sustentabilidade. Temas de alta relevância para a empresa, mas não para os stakeholders devem ser administrados por causa de criação de valor. Os temas que não são de alta relevância para nenhum dos dois grupos não precisam ser administrados.
A questão que emerge é como calibrar e avaliar os temas identificados nos eixos de importância para a empresa e importância para os stakeholders.
Fique ligado no Papo Sustentável que a gente ainda vai falar bastante sobre isso.
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